terça-feira, 29 de abril de 2008
A síndrome do pequeno
Há um tempo atrás, um amigo e jovem empresário contou-me que se sentia sempre desconfortável quando algum colega do curso de pós-graduação perguntava sobre a sua ocupação. Respondia sempre: “Trabalho numa microempresa, faço tudo por lá”. E, segundo ele, a reacção das pessoas era um misto de dúvida e pena (uma resposta do tipo ahh, okay). Para que a conversa não terminasse assim, fazia a mesma pergunta e ouvia sempre a mesma resposta: “ Eu, eu trabalho na multinacional XPTO, claro que tu conheces...”. Mais tarde, assisti a uma palestra relacionada com micro e pequenas empresas e o orador fez um comentário fantástico sobre isso! Era mais ou menos assim: o termo micro é pejorativo, o jogador de uma equipe de uma cidadezinha não se intitula micro jogador, o político de um pequeno partido não é um mini político, a montadora de carros não intitula o seu menor carro (e mais barato) como mini carro... Um funcionário de uma grande empresa praticamente adopta o nome da empresa como sobrenome: “Muito prazer, eu sou Fulano da XPTO!” ou então um amigo apresenta-o como “Este é o Fulano da XPTO”! Em contrapartida, um pequeno empresário, para além de adoptar o nome da empresa como sobrenome, é a alma da empresa, tem uma aceitação bem diferente: “Sou o Sicrano da ABC” e as pessoas geralmente respondem: “ABC, nunca ouvi falar...” O facto é que 99% dos micro e pequenos empresários possuem o maior orgulho no seu negócio, mas possuem uma certa vergonha de falar sobre ele, ou seja, sobre a sua ocupação. Acredito que isto ocorra devido ao nosso hábito de vangloriar o grande (o mais forte) e rejeitar o pequeno (o mais fraco)! Desde pequenos que somos assim: queremos o maior doce, corremos para cumprimentar primeiro quem trouxe o maior presente... Voltando ao mundo dos negócios, se o pequeno empresário é visto como o coitadinho ele tem duas opções: ou acreditar que é o coitadinho e envergonhar-se da sua posição profissional (e da sua empresa) ou mostrar para todos as suas conquistas e vantagens! Afinal um pequeno empresário teve uma ideia, acreditou nela, arriscou e fez acontecer (com muitas dificuldades)... Algo é mais valioso do que isto? Acho que não!Isto tudo para dizer que se tiver a síndrome do pequeno as pessoas o verão como um pequeno fracassado! Se você se portar como um empreendedor de sucesso, as pessoas o verão como um grande vencedor! As pessoas geralmente acreditam naquilo em que você acredita!Quanto ao meu amigo empresário, sugeri-lhe que sempre que fosse questionado sobre sua ocupação respondesse: “Eu sou empresário!”. Imaginem o que aconteceu depois da mudança? As pessoas começaram a ficar curiosas e interessadas no negócio... e pararam de sentir pena!“Pense grande, mas comece pequeno!”
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário